sexta-feira, 9 de abril de 2010

ISTO NÃO É DA MINHA ÉPOCA




Uma vez li uma crônica em que a mulher ia preparar um lombo e cortou as duas pontas e colocou na panela de pressão. Seu filho perguntou: Porque a senhora corta as duas pontas antes de colocar na panela? Ela respondeu que quando aprendeu a fazer este prato sua mãe lhe ensinou assim, por isto ela fazia desta forma. Perguntando a avô, o menino teve a mesma resposta da mãe, então reportando a bisavô, obteve a seguinte resposta: é que minha panela não cabia o lombo inteiro, por isto eu cortava um pedaço.

Onde quero chegar com esta história?

É o seguinte, quem nunca foi trabalhar em um emprego novo e quando perguntou porque fazia um certo serviço daquela maneira se poderia fazer de uma mais fácil, e recebeu como resposta “ SEMPRE FOI FEITO ASSIM”.

E quantas vezes, quando encontrado um vício grave, algum erro, a pessoa olha a data e diz: “ NÃO É DA MINHA ÉPOCA”.

Estas duas respostas me dão ganas de enforcar quem as diz, é até perigoso me deixar perto, e esta semana ouvi o “ NÃO É DA MINHA ÉPOCA”, pelo nosso aclamadíssimo, cinematográfico e candidatíssimo a representante da ONU, presidente LULA., lavando suas mãos como Pilates.

Foi assim, estava eu assistindo ao jornal, a reportagem era sobre a tragédia no Rio de Janeiro, onde morreram tantas pessoas, e diante da pergunta que não quer se calar “ Como chegamos a este ponto? E a resposta foi: é que este problema não é da nossa época……,

Agora pergunto, se não é da época deles (Prefeito, governador e Presidente, partido político ) que já estão no governo há 08 anos, é da época de quem? Qual é o prazo de prescrição das responsabilidades? Quando elegemos um governante esperamos que ele conserte o que encontrou errado, e não que procure culpados para os problemas que aconteceram , mesmo que advindos de vícios anteriores.

Estas frases são ditas por pessoas que estão acostumados com encontrar de quem é a culpa e não de resolver problemas, é como dissessem, não é comigo, não tenho culpa disto, etc , etc e etc..

Nesta linha de pensamento, os índios continuariam a não ter alma, os negros seriam escravos, as mulheres seriam “incapazes”, e não poderiam votar. O que houve foi que quem chegou e viu o erro não se preocupou com quem errou, mas procurou a solução, e quando procuramos, achamos, a solução foi encontrada para cada um dos erros, por mais que “ Fosse sempre assim “ ou que “ Já era assim quando chegamos “ ou o pior de todos “ Não era de seu tempo”.

Vi uma frase famosa “ O mau prevalece quando os bons se calam “.

Não vamos deixar o mau prevalecer, não vamos culpar as vítimas pelas suas mazelas, é muito fácil para quem tem tudo criticar quem não tem nada , e é obrigado a viver em um local arriscado.

Uma criança perguntou “ porque eles vivem em um local tão perigoso e na hora da chuva não vão para casa de parentes?

- Resposta dos governantes – É porque sempre foi assim, eles sempre moraram lá, não era da minha época a lei que os deixava morar lá........

- Resposta dos bons – É porque eles não tem onde morar e vão para onde ninguém quer, onde é perigoso e arriscado, é porque o poder público manda eles sair de lá mas não falam para onde, e nem disponibilizam um local descente. E não vão para a casa dos parentes porque toda família mora lá.

Espero que com esta tragédia os governos Municipal, Estadual e Federal, olhem para os problemas fundamentais do Rio de Janeiro, uma cidade que não é só dos cariocas mas de todos os Brasileiros, e não fiquem maquiando a cidade para PAM, Copa do Mundo, Olimpíadas , nós gostamos dos jogos , mas precisamos da população com saúde, segurança, saneamento básico e principalmente VIVA.

Este problema é Da nossa época não existe prescrição, temos de nos importar sim, e muito, não podemos nos calar.

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